Após a crise financeira mundial de 2008/2009, a indústria global se recuperou rapidamente, porém estacionou em um patamar de produção abaixo do pré-crise. De fato, desde 2011 a ociosidade industrial está em 25%, acima, portanto, do nível de 15% registrado antes de 2008. De um lado temos a maturação de investimentos realizados globalmente em diversos segmentos como petróleo, mineração, aço e automotivo principalmente e, de outro, a desaceleração do crescimento da China. A combinação desses dois vetores acabou levando à ampliação da ociosidade industrial. Como é consenso que a economia chinesa crescerá de forma mais moderada daqui para frente, podemos esperar que essa ociosidade levará alguns anos para ser totalmente absorvida. Some-se a isso o desempenho fraco dos países desenvolvidos1. O potencial de crescimento da economia mundial mudou, afetando toda a cadeia de commodities e de bens de consumo. Segundo projeção do FMI, o crescimento da economia mundial em 2017 será equivalente a 80% da expansão registrada entre 1998 e 2007.
Pelo lado da oferta, há planos setoriais de contenção dos investimentos, como nos segmentos de petróleo e de mineração, porém os acordos de fechamento de capacidade ou de limitação de investimentos enfrentam desafios geopolíticos. Nesse cenário, nos próximos anos não deveremos observar relevantes investimentos greenfield, mas sim em modernização e substituição de plantas obsoletas.
O Brasil está inserido nesse cenário e vem ajustando os investimentos principalmente nos segmentos de petróleo e de mineração. Nos segmentos siderúrgico e automotivo, embora não tenham planos de fechamento de capacidade, os investimentos em greenfield continuarão contidos.
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