Acreditamos que o consumo das famílias seguirá em queda no curto prazo, conforme sugerido pelos últimos indicadores divulgados. As vendas dos supermercados em dezembro, por exemplo, registraram queda real de 1,6% na comparação com novembro, segundo os dados divulgados ontem pela Associação brasileira de Supermercados (Abras) e dessazonalizados pelo Depec-Bradesco. Frente ao mesmo período do ano anterior, as vendas mostraram um avanço de 2,2%, acumulando crescimento de 1,6% em 2016. Diante da retração do setor supermercadista na passagem de novembro para dezembro, as vendas do varejo no último mês do ano passado deverão mais que devolver a elevação observada em novembro, que foi impulsionada pelo comércio relacionado ao Black Friday. Vale lembrar que o volume de vendas do segmento de super e hipermercados representa cerca de 50% do total comercializado no varejo, excluindo os setores de veículos e material de construção. Assim, projetamos nova contração do consumo no quarto trimestre do ano passado, de 0,3% ante os três meses anteriores. Para o primeiro trimestre de 2017, também esperamos recuo de 0,3%, em decorrência dos ajustes ainda em curso do mercado de trabalho e da desalavancagem das famílias. Já a partir do segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias deverá voltar a contribuir de forma positiva para o resultado do PIB.
Fonte: Boletim Diário Bradesco 31.01.2017